'BRASIL TEM MAIS DE 1 MILHÃO DE VICIADOS EM CRACK', SEGUNDO IBGE:REFLEXO DO PODER DA DROGA, DA FRAGILIDADE HUMANA OU DO ESTADO? Estimativas baseadas em dados do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) levaram o psiquiatra Pablo Roig, especialista no tratamento de dependentes de droga, a concluir que, no Brasil, existem mais de 1,2 milhão de viciados em crack, e que a idade média para o início do consumo desta droga é de 13 anos. No mundo todos, de acordo com o Escritório da ONU sobre Drogas e Crime (UNODC), deve existir mais de 200 milhões de viciados em algum tipo de droga. A cocaína e o crack são, respectivamente, as que mais fazem vítimas. O médico também acredita que, atualmente, a maioria dos países gasta entre 0,5% e 1,3% do PIB no combate e tratamento ao uso de entorpecentes, número considerado insuficiente pelo especialista. O Brasil tem ficado abaixo da média mundial, diz. Já uma pesquisa realizada também no Brasil em 1999 apontou que, entre as grávidas, cerca de 5% usava com frequência ou já havia experimentado o crack durante a gestação, índice muito superior ao verificado em outros paises. Hoje, mais de uma década depois, os pesquisadores acreditam que esse número tenha, no mínimo, dobrado. Segundo a medicina, os recém-nascidos que foram expostos ao crack ainda na barriga da mãe apresentam logo nas primeiras 48 horas de vida alterações neurológicas e comportamentais provocadas pela exposição prolongada à droga. “Mas essas crianças não são viciadas e os danos podem ser minimizados”, afirmam os médicos. Atualmente, só em Porto Alegre, por exemplo, mais de 150 bebês de mães viciadas na droga recebem assistência no Hospital Presidente Vargas.